Staphylococcus Aureus e diabetes, atenção a essas bactérias

Os Staphylococcus ou estafilococos são bactérias presentes naturalmente no microbioma das pessoas, principalmente na pele, intestinos e nariz e podem viver aí sem que haja qualquer sintoma de uma doença.

Quando o nosso organismo está bem, os Staphylococcus são parasitas que habitam esses locais sem causar problemas e nem sequer nos lembramos dele.

Essa bactéria foi uma das primeiras a serem controladas com a descoberta dos antibióticos, mas, devido a sua enorme capacidade de adaptação e resistência, tornou-se uma das espécies de maior importância no quadro das infecções hospitalares e comunitárias hoje em dia.

Quando bactérias ou vírus (chamados de patógenos por médicos e cientistas) deixam a superfície da pele e invadem o organismo de um ser humano e conseguem criar colônias dentro deste organismo, elas poderão se multiplicar facilmente podendo causar doenças infecciosas graves.

Os patógenos causam doenças interrompendo os processos normais do corpo e / ou estimulando o sistema imunológico a produzir uma resposta defensiva, resultando em febre alta, inflamação e outros sintomas.

Isso é o que ocorre quando a bactéria Staphylococcus consegue invadir de alguma forma o corpo humano, penetrando em tecidos como corrente sanguínea, articulações, ossos, pulmões e coração.

Sua colonização poderá provocar doenças que vão desde uma infecção simples, como espinhas, furúnculos e celulite, até as mais graves, como pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico e septicemia, entre outras.

Após estabelecidas no organismo, as doenças infecciosas podem ser transmitidas de uma pessoa para outra, por exemplo, pelo contato com fluidos corporais, por aerossóis (por meio de tosse e espirro) ou através de um vetor, como, por exemplo, um mosquito.

O Staphylococcus aureus pode penetrar em nosso organismo por ferimentos ou através de agulhas, principalmente quando o sistema imunológico está baixo, como no caso de pessoas hospitalizadas, que recorrem a drogas injetáveis, HIV-positivos, que fazem diálise ou pessoas com diabetes que precisam tomar injeções de penicilina regularmente.

Mas também pode ser transmitida de pessoa para pessoa através do contato direto ou por gotículas presentes no ar provenientes de tosse e espirros.

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Entre as infecções por estafilococos que podem ser graves ou fatais, citamos:

Bacteremia ou septicemia, quando a bactéria se espalha para a corrente sanguínea.

Pneumonia, que geralmente afeta pessoas com doenças pulmonares pré-existentes, incluindo aquelas que usam ventiladores mecânicos.

Endocardite (infecção das válvulas cardíacas), que pode causar insuficiência cardíaca ou derrame.

Osteomielite (infecção óssea), que pode ser causada por bactérias estafilococos que viajam na corrente sanguínea até atingir os ossos ou por contato direto, como após trauma (fratura ou abuso de drogas intravenosas)

O processo de infecções por Staphylococcus aureus depende da produção de proteínas de superfície que permitem a adesão da bactéria aos tecidos do corpo humano, quando ocorre a secreção de uma série de toxinas e enzimas que destroem as células e tecidos saudáveis, evitando ou incapacitando a defesa imunológica do organismo em que se encontram. Aí ocorre a disseminação das bactérias por muitas células.

A maioria das toxinas produzidas pelo S Aureus, lesam os glóbulos vermelhos e / ou brancos do sangue. As que lesam os glóbulos vermelhos são chamados de hemolisinas, enquanto aquelas que visam os glóbulos brancos são as leucotoxinas.

A alfa-toxina é provavelmente a toxina mais conhecida de S. Aureus e ataca células epiteliais levando a perda da função e proteção da barreira epitelial (barreira que envolve a célula)

Toxinas esfoliativas estafilocócicas (TEs) são causadoras da síndrome da pele escaldada estafilocócica, uma doença que afeta predominantemente recém nascidos e bebês.

Adultos com insuficiência renal e deficiência imunológica também estão em risco. Os indivíduos infectados apresentam formação de bolhas na pele e perda das camadas superficiais da pele, desidratação e infecções secundárias.

As enterotoxinas estafilocócicas (SEs) causam vômitos e diarreia, e são uma das causas mais comuns de doenças transmitidas por alimentos. As toxinas são secretadas por cepas (colônias) de S. aureus nos alimentos, sobrevivem ​​ao calor e não são degradados pelos processos de cozimento.


A intoxicação alimentar por S. Aureus é caracterizada por um início súbito de náuseas, vômitos e cólicas estomacais. A maioria das pessoas também tem diarreia. Os sintomas geralmente se desenvolvem dentro de 30 minutos a 8 horas após comer ou beber um item contendo toxina de S. Aureus.

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Staphylococcus e Diabetes

Vários estudos médicos revelam que os diabéticos têm maior risco de contrair infecções sanguíneas por Staphylococcus Aureus, devido à baixa imunidade. Porém, novos estudos trazem uma informação ainda mais alarmante: uma toxina liberada pelo S. Aureus é uma possível causa do diabetes tipo 2.

Já é de conhecimento geral que indivíduos que possuem qualquer forma de diabetes são pelo menos três vezes mais suscetíveis a infecções por estafilococos, fora do ambiente hospitalar, do que os não diabéticos.

Além disso, o risco de desenvolver uma infecção por estafilococos na corrente sanguínea é maior para os diabéticos devido a vários fatores contribuintes:

O tempo com que um indivíduo vive com diabetes.

Mau controle do diabetes.

A presença de complicações relacionadas ao diabetes: problemas cardíacos ou de circulação sanguínea, ou úlceras diabéticas. Complicações renais (risco 4 vezes maior de infecção).

O tipo de diabetes com o qual um indivíduo é diagnosticado: diabéticos, tipo 1 têm risco de infecção até sete vezes maior. Diabéticos, tipo 2 têm risco quase três vezes maior de infecção.

Os pesquisadores observam que cerca de 95% dos diabéticos são diagnosticados com diabetes tipo 2, uma condição em que o corpo é incapaz de usar a insulina (o hormônio que converte o açúcar do sangue em energia para as células), enquanto 5% dos diabéticos são diagnosticados com tipo 1, em que o corpo não consegue produzir insulina.

O que foi descoberto mais recentemente é que, à medida que as pessoas ganham peso, têm cada vez mais probabilidade de serem colonizadas por bactérias estafilococos e apresentam um grande número dessas bactérias vivendo na superfície de suas peles.

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A obesidade por si só já aumenta a probabilidade da pessoa desenvolver a diabetes do tipo 2, mas agora, sabe-se que também tem relação com a maneira como o corpo processa suas bactérias, gerando alterações no microbioma humano. Pode colocar aqui um link para o artigo dos probióticos.

Os testes em cobaias demonstraram que a exposição prolongada do organismo as toxinas liberadas pelo S. Aureus, em especial o efeito da toxina-1, leva o organismo a processos característicos do diabetes tipo 2, como a resistência à insulina, a intolerância à glicose e a inflamação sistêmica.

Um caminho para novas medidas de prevenção e cura

Os resultados destas novas pesquisas sobre S. Aureus e diabetes estão promovendo um novo direcionamento na medicina com vistas a combater as bactérias e abrem espaço para o desenvolvimento de uma vacina capaz de prevenir ou tratar o diabetes tipo 2.

Gerar uma vacina contra o Staphylococcus Aureus enfrenta grandes desafios principalmente porque a bactéria é resistente a antibióticos. Há, portanto, a urgente necessidade de se criar alternativas baseadas no fortalecimento do sistema imunológico para tratar as infecções provocadas por essa doença.

Essas descobertas direcionarão novas abordagens clínicas para a prevenção do diabetes o que com certeza, evitará milhões de amputações a cada ano devido à combinação de Venostase (compressão das veias impedindo o fluxo sanguíneo) e úlceras do pé diabético.

A proposta dos pesquisadores é desenvolver uma vacina para prevenir o diabetes tipo 2. Outra proposta estimulante é desenvolver géis e pomadas com substâncias que em contato direto, serão capazes de matar as bactérias estafilococos.

Os testes sucessivos poderão verificar quais soluções melhor funcionam na defesa contra o Staphylococcus e melhorarão os níveis de glicose no sangue em pessoas com pré-diabetes.


Haverá um dia em que os pacientes receberão cuidados tópicos anti Staphylococcus que protegerão feridas em cicatrização e a pele, de forma ampla; e para aqueles que tem uma pré disposição a desenvolver diabetes, poderão contar com melhores práticas para evitar o desenvolvimento desta doença tão sorrateira e silenciosa.


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